terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Ganhou uma Estrelinha Dourada do Tio Laviann

Parabéns à todos da Casa do Teatro em Lafaiete pela perseverança e pela dignidade com que tem enfrentado uma franca oposição ao meio de vida dos artistas em Lafaiete.
Muito Merecida a a monção de aplauso que a instituição receberá na quinta-feira dia 17 de dezembro
às 19h na Câmara Municipal.



Parabéns a todos os artistas da Casa do Teatro.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Neste Sábado

Vejam no jornal CORREIO da Cidade a crítica da peça 'Ninguém vai mais ser bonzinho'.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Tudo

Tudo o que me toca
De tudo, bem no absurdo.
Tudo provoca
Em tudo um arrepio agudo.
Tudo o que acalenta
De tudo, o oculto, é certo.
Tudo me tenta
A fazer o que, de tudo, não é correto.
Tudo o que traz
De tudo, e em tudo, alguma tristeza.
Tudo o que me faz
Além de o tudo enxergar beleza.
Tudo o que se tem
De tudo o nada sobra.
Tudo, então, que vem
Tudo ao fim de uma obra.
Tudo, enfim, de cada
De tudo o vazio.
Tudo se faz nada
Assim que chega o frio.
Tudo o que seduz
De tudo o que mais alegra o olhar.
Tudo se torna luz
Depois da escuridão tudo há de findar.


Tudo o que é plausível
De tudo fecha-se à cortina.
Tudo ainda é possível
Que tudo não se torne rotina.
Tudo tem sua hora
De tudo o mais intenso.
Tudo o que se tem agora
Ainda tem, tudo, fim extenso.
Tudo em que há razão
Em tudo resta a última dúvida.
Tudo ainda que não
Tenha tudo, sentido na vida.
Tudo não obstante
No tudo que deixo ao ir.
Tudo o que faz ver
De tudo um pouco.
Tudo o que me impulsiona a ser
O que de, de tudo, um tanto louco.

27-12-1998
Sérgio Laviann Drumond.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

JM Imóvel

E agora, JM?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, JM?
e agora, Você?
Você que tem nome,
que zomba dos outros,
Você que traz verbas,
que gasta, protesta?
e agora, JM?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem graça,
já não pode beber,
já não pode prometer,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o Aécio não veio,
o riso não veio,
não veio ninguém
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou
em Queluz nesta época,
e agora, JM?

E agora, JM?
seu doce bico,
seu instante de febre,
sua gula e gula,
sua colônia de açúcar,
sua lavra de votos,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio, - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir o cofre,
não existe cofre;
quer viver em DF,
mas DF não te quer;
quer ir para Minas,
Minas não quer mais.
JM, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a viola de Queluz,
se você acordasse,
se você caçasse,
aqueles secretários
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, JM!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
nem cem tucanos,
te salvariam.
sem parede nua
para se encostar,
sem carro importado
de mil cavalos,
você marcha, JM!
JM, para onde?

Nosso pão e nosso circo de cada dia [2]

Duas falcatruas/
Bravo, bravo!/
Uma sanguessuga/
Duas sanguessugas/
Bravo, bravo!/
Me/ dá/ to/do/ o seu dinheiro./
Depois de/ fe/ve/rei/ro/, o Leão./

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Nosso pão e nosso circo de cada dia [1]


Que                 luz.
Vai começar     o espetáculo.
O maior show da terra, o circo de
horrores que a Villa de Queluz
orgulhosamente apresenta
a sua face mais horrenda
façam fila e paguem
para entrar, mas
rezem para
sair.

Contos Verdadeiros da Fantática Villa de Queluz

Os Bun Hakus, ou traduzindo para o bom português: os buracos da cidade.
  Eles começam assim...
Veja como ficam por dentro...
Fotos: Fato Real

Sob os nossos pés existem mais coisas do que supõe nossa vã filosofia e em tantas ruas; na verdade nem tantas assim, mas em todas elas, pequena Vila de Queluz manifesta suas chagas nas quais diariamente solavancam-se as rodas dos automóveis de seus habitantes. Se for verdade que na morte o rico se igual ao pobre, também se refaz esta verdade nos Bun hakus. Não sendo possível evitar os seres dos quais falarei hoje, pelo menos na pequena Vila de Queluz, seria sensato conhecê-los não só na superfície, mas a fundo. Neste ponto é possível que alguém possa estar se perguntando “Será que este frances ficou maluco?” Asseguro que minha tese longe de se fundar na loucura, baseia-se em experiências empíricas de observação e coleta de dados reais. Vejamos! O que qualifica qualquer coisa como um ser? Melhor, o que diferencia os seres das demais coisas. Em primeiro lugar, segundo a ciência é a existência em si de vida. O que seria vida neste contexto a não ser a possibilidade de crescer e se reproduzir. Repito novamente que não estou insano, talvez esteja enganado! Cabe aqui uma conferência dos dados coletados. Os Bun hakus, traduzindo para o bom português, Os Buracos da cidade não crescem e se multiplicam? Ora isso realmente acontece! Será que estou ficando louco? Não cheguei a nenhuma conclusão, pois ainda não me detive na parte mais complicada de minha tese. Pretendo provar aqui que os Buracos da pequena Queluz não só são seres que crescem e se reproduzem (multiplicam, aumentam em número por suas próprias forças), mas também possuem consciência. “Ô francês danado sô...”, diriam num bom mineirês “...doido de pedra!” Será? Explicarei de forma bem simples o que quero dizer... O que se configuraria consciência, senão o fato de estar ciente de sua própria existência? Pois, além de ciente de sua existência eles também sabem que ficarão impunes mesmo causando, vez após vez, danos aos veículos da cidade. Sabem que ninguém fará nada contra eles. Como qualquer ser que se preze, os Buracos ganham mais consistência quando se aprofundam em autoconhecimento. A tendência destes seres é afundar a cidade inteira na busca de entender sua própria essência. Talvez fosse mais fácil buscá-la no semelhante ser que se tornou o ‘Cofre sem fundo’ que insiste em lançar para outras dimensões os recursos a serem usados no controle populacional dos Buracos, que se tornaram uma verdadeira praga. Podemos também pensar que o ‘Guardião do cofre sem fundo’ é um bondoso senhor que esta se esforçando para evitar um genocídio, já que os Buracos são seres conscientes. E que a constante e paliativa ação de ‘tapa buracos’ não resulta em nada além de dar aos Buracos o tempo e a proteção necessários para evoluírem com segurança. Neste caso é como se os responsáveis agissem como mães que cobrem seus filhos para o sono reparador de forças. Por isso se faz necessário aqui um conselho para os habitantes da pequena Vila de Queluz: Supliquem ao Guardião (ouvi dizer que ele gosta de suplicas) que deixe de fazer ‘Jardins rebaixados’ e cuide como deveria dos Buracos antes que a cidade se afunde nos mesmos e os jardins se tornem suspensos. Porém se não der certo sempre haverão noites sóbrias, tochas acesas, machados, foices, Picaretas e uma turba enfurecida para caçar seus monstros.

Um dia eles chegam lá!
Foto: http://noticias.r7.com/esquisitices/fotos/maior-buraco-da-russia-afunda-cidade-6.html#fotos

Por Jean Dart (Sérgio Laviann)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

New Collors

Não se enganem pelos cabelos brancos, elle não vem do Polo Norte, vem de Alagoas. O delle não é vermelho, é roxo. O pai delle já disparou, elle tá chagando lá. Família Bush é fichinha, eles tem contratos com os Laden, os Collor tem na conta próprio Satanás.
Segurem os seus bolsos, pois o Collor está voltando... e cuidado ele vai "quebrar tudo".

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

















Quimeras e vaidades
raras e efêmeras
nenhuma verdade
nem ao menos as tâmaras
as maçãs, as romãs,
as flores ou os espinhos.
Ao fim de um tempo
perdidas as folhas
desejo em um momento
transcender 
às garrafas dos vinhos, às mãos operárias
ou de um amante de árvores.
 Sérgio Laviann

Toda refeição merece uma...

É realmente intrigante o fato de como a humanidade elege os animais a serem usados e os animais que devem ser preservados. Em um contexto de voraz consumismo e extrema preocupação com questões ambientais me pego pensando em como foi que chegamos, sim, nós humanos, à conclusão de que não é tão cruel se alimentar de galinhas quanto de araras. Tão pouco nos preocupamos com as vacas, sagradas na Índia, o quanto nos preocupamos com as baleias, muito apreciadas no Japão. Não quero aqui fazer juízos de valor entre questões ambientais e de consumo, até porque em meio a tantas vozes é bem provável que a minha se apague, e, neste caso, não valeria o esforço. O fato é que parece que escolhemos os animais a serem consumidos porque são de fácil manejo, ao contrário dos que queremos preservar, e cobramos posições de governos quanto à proibição da caça predatória deste. 
Algumas perguntas: existe caça que não seja predatória? A vida de uma galinha deixa de ser vida perto da de uma arara pelo simples fato de que, a galinha, não voa e não é tão vistosa? Se o esforço logístico feito para reproduzir o ditos animais descartáveis fosse redirecionado para as espécies em extinção falariamos todos em extinção? Será que toda refeição merece uma Coca-cola? Será que toda Coca-cola merece uma refeição?
Não, eu não sou adepto e nem seguidor de nenhum grupo, não abraço árvores e coisas parecidas. e nem vegetariano eu sou. Sou apenas um apaixonado por questões melindrosas e suas repercussões. E antes que alguém levante uma bandeira lembre-se de que o cabo da bandeira, geralmente é de madeira, uma solução nada ecológica para tempos de aquecimento global. Lembrem-se que os resíduos das passeatas e atos dos grupos de proteção das espécies escolhidas não se evaporam no ar. 
Entendam, são questões nas quais devemos pensar. Foi pensando nessas questões que escrevi este texto provocador e se neste momento meu caro leitor (minha cara leitora) você estiver comendo pense em todo o processo pelo qual este alimento passou para chegar a suas mãos e bom apetite!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Ver para crer?

Isaias 10: 10 e 11.  - "Quando minha mão tiver alcançado os reinos do deus que nada vale, cujas imagens entalhadas são mais do que as em Jerusalém e em Samaria, não se dará que, como terei feito a Samaria e aos seus deuses que nada valem, assim farei a Jerusalém e aos seus ídolos?"

Êxodo 20: 4 e 5a. - “Não deves fazer para ti imagem esculpida, nem semelhança de algo que há nos céus em cima, ou do que há na terra embaixo, ou do que há nas águas abaixo da terra. Não te deves curvar diante delas, nem ser induzido a servi-las..."

  Aguardem o novo texto com o título: "Meu dedo no seu olho sensível..."

sábado, 29 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Imagem vs Texto 1


Foto de Sérgio Laviann - BH, 2006.

Tem gente que diz que blog com pouca imagem não faz sucesso. Não concordo, acho que essa história é coisa de quem tem pouco potencial criativo. Pois, não é que imagem é texto e texto é imagem. Depende de quem lê. Depende de quem escreveu. Depende de ti e de mim. Me conselho é... Faça o que tu quiseres... É o que eu sempre faço. Não te preocupes com o que os outros pensam e sim com a tua própria consciência e o que tu entendes de ti mesmo. Como queres passar aos outros a tua imagem acima de tudo.
Mas para aqueles mais fervorosos amantes de imagens aqui vai uma.

Manual Citacional 'Prático' para entender Sérgio Laviann [1]


-->
por Jean Dart.

Neutralidade, essa é a posição...
E não adianta procurar essa no Kamasutra, nem nos livretos de orientação partidária. Talvez nos escritos Dadaistas vcs encontrem; ou se encontrem. Assim como se encontrou meu amigo Sérgio Laviann.
MALUUUUUUCO!
"Dizem que ofendo as pessoas. É um erro. Trato as pessoas como adultas. Critico-as. É tão incumum isso na nossa imprensa que as pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é estúpida. O leitor que julgue. Acho que quem ofende os outros é o jornalismo em cima do muro, que não quer contestar coisa alguma. Meu tom às vezes é sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou, até, se quiserem, a irritação do amante rejeitado." (Paulo Francis)
Algumas frases que teimo em usar:
Há duas verdades inconvenientes neste mundo: a 1ª é que estou sempre errado e a 2ª , me desculpem, mas a primeira é mentira! (Sérgio Laviann)
"É proibido proibir" (Caetano Veloso)
"Não faça aos outros o que você gostaria que fizessem à você, os gostos são diferentes." (Bernard Shaw)
"Nunca vi um asno falante, mas encontrei muitos humanos a falar como asnos." (Heinrich Heine)
Não conseguimos agradar a todo mundo, nem eu nem Jesus Cristo. (Sérgio Laviann)
"Se em meia hora você não sabe que é o pato, o pato é você." (Matt Damon - Cartas na Mesa (1998))
Meu médico me mandou não Contrariar ninguém. (Sérgio Laviann)
"Quem na vida nunca foi louco, nunca foi sábio." (Heinrich Heine)
"A honestidade é tão rara que se oferecem poucas ocasiões para estudá-la." (Jorge Luis Borges )
"Em momentos de crise, a imaginação é mais importante que o conhecimento." (Albert Einstein)
"Cuidado...Cuidado Se não você dança." (Frejah)
"Tento ser uma espécie de desbravador do óbvio." (Arnaldo Jabor)
Gosto de colocar raposas cuidando de meu galinheiro. Elas comem minhas galinhas e depois de saciadas eu as como.(Sérgio Laviann)
“Camarão que dorme a onda leva...” (Zeca Pagodinho)

Manual Citacional 'Prático' para entender Sérgio Laviann [2]

“Camarão que dorme a onda leva...” (Zeca Pagodinho)
"Se a Religião for realmente o ópio do povo, não sobrou nada para a política fazer." (Jean Dart)
"Enquanto a carreata passa os políticos latem" (Jean Dart)
Meu cachorro pensa seu filosofo não. (Sérgio Laviann)
"À mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta." (Júlio César)
Enquanto os artistas passam os filósofos latem. (Sérgio Laviann)
"Marx escrevendo sobre dinheiro é como padre falando sobre sexo." (Paulo Francis)
"O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle." (Paulo Francis)
"Não levo ninguém a sério o bastante para odiá-lo." (Paulo Francis)
"O nacionalismo só permite afirmações e, toda doutrina que descarte a dúvida, a negação, é uma forma de fanatismo e estupidez." (Jorge Luis Borges)
Não Gostou?
"Toda unanimidade é burra." (Nelson Rodrigues)
“Há um senso comum de que ‘em Lafaiete existem cabeças de burro enterradas que impedem o progresso da cidade’ pois eu vos digo que o problema não esta nas cabeças de burro enterradas, mas sim nas que estão respirando” (Jean Dart)
"Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso." (Bertold Brecht)
Mas quem de nós, meros entes, pode conhecer algo absoluto como a verdade? Dizem que sou um covarde por escrever com pseudônimos tais como o de Jean Dart, pois que vantagem há na verdade. É preciso ser estúpido ou idiotas para afirmar que; ‘é preciso ser corajoso para dizer a verdade’... Depois de encontrarmos todos achando serem verdades as bobagens que eles mesmos inventam. (Sérgio Laviann )
“Somos verdadeiras máquinas de rotular as coisas e as pessoas, perdemos tanta energia fazendo isso que à alguns não resta nenhuma outra coisa sabida a fazer. Por isso não se consegue paz, por isso não se mantêm os casamentos, por isso existe miséria, por isso existem partidos políticos e religiões deturpando os textos sagrados para os interesses de seus inescrupulosos, nepotistas, pedófilos e hipócritas lideres. Porque somos seres tão insignificantes que, dentro de nossa miudeza, não enxergamos o outro.” (Jean Dart)
E ainda tem gente que acha que pode me enquadrar em posições partidárias. Para esses depois eu faço um "desenhinho explicativo".
NEUTRALIDADE, essa é a posição.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009


Tem gente manipulando e gente sendo manipulada,
eu espectador de tudo sigo adirando o bailado.
Encontro nele um boneco que teima em teimar,
Enquanto seu manipulador segue manipulado.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Contos Verdadeiros da Fantástica Villa de Queluz


 O Malescene. (Do italiano Male = Más e scene = cenas.)

Ouve-se falar, já faz algum tempo, de um ‘ser' que habita na cidade de Queluz. Ele tem uma aparência peculiar, pois se locomove rapidamente sobre quatro patas giratórias, tem a pele cor de chumbo e em suas mãos carrega um olho mágico capaz de guardar tudo o que vê. Além disso, segundo o conto este ‘ser’ consegue, com seu chifre de ondas curtas, ouvir conversas a longas distâncias e é capaz de saber de tudo o que acontece num grande território.
Outra fonte revela que aquilo apesar de poder fazer coisas maravilhosas com seus dons, precisa se alimentar da imagem da desgraça humana, sendo assim, tal como uma ave carniceira, ele percorre todos os lugares à procura das cenas de onde absorve sua energia vital.
Uma versão recente conta que a forma de sobrevivência deste monstro é oriunda de uma maldição que retirou sua essência humana e o tomou como o ópio fazendo-o prisioneiro de seu desejo. Por não possuir essência humana esta coisa não almeja o devir tanto que a luz de um carro pegando fogo ou cheiro da decomposição das carnes são fatos que o atraem por instinto como uma mosca.
Diz-se ainda, que a aproximação de tal criatura pode ser sentida pelo sibilar de sua língua que “estica” os últimos sons das palavras terminadas na consoante ‘s’.
Na tradição local aparece tanto em sua forma original quanto na forma de um homem moreno de contornos arredondados e tratos rudes capaz de intimidar quaisquer pessoas que cruzem seu caminho. Alguém que se depara com o Malescene deve permanecer imóvel e dizer sim a qualquer coisa que ele fale, pois é recomendado não contrariá-lo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Contos Verdadeiros da Fantástica Villa de Queluz

 Burrocracia

Era uma vez, eram duas vezes, eram três vezes... Quantas vezes terei de ver os desmandos de seres dos quais muito entendo, porém nada, ou quase nada, deles aceito. O fato é que na pequena e veloz Villa de Queluz há uma incomoda tradição, dentre as várias incomodas tradições queluzienses, realmente impressionantes. A tradição do “deixa pra depois”. Cultura estranha esta que me lembra uma antiga fábula onde uma formiga trabalhadora é corrompida por uma cigarra que só sabe cantar. Quando o inverno chegar – e não estou falando da música – seremos todos pegos de surpresa pelo óbvio. Alguns talvez se lembrem da persistência da tartaruga frente à rapidez da lebre, estes irão se recordar das lições da infância onde todos aprenderam ser mais válida a persistência do que a rapidez para se atingir um objetivo. Ao contrário do que você, que gentilmente perde seu tempo com minhas idéias tresloucadas, possa estar pensando, eu não vou citar nomes. Acredito que sou claro o suficiente mesmo sem conferir nominação aos bovinos. O fato é que, corrompido pela ruminante música da “cigarra” um ser que se detém somente ao canto, os queluzienses deixaram sua terra parar, como a lebre de Esopo, ao pensarem ser tão ágeis podem ser ultrapassados. Mas, por que toda essa prosa de fábulas? Explico... Pois que sem se movimentar a pequena Queluz pode correr o risco de ver o Arraial de Congonhas do Campo, outra vez, vencer tal corrida enquanto a lebre, que se acha tanto que falta espaço para ser, fica parada. Sem os tão almejados novos postos de trabalho em tempos de crise. Tudo isso devido às “micro capitanias hereditárias” e improdutivas em que se tornaram os terrenos doados do distrito industrial da Villa de Queluz. Enquanto isso a campesina comunidade vizinha avança com o forte vento da iniciativa privada em suas velas. De vento em poupa, oferece subsídios e vantagens a investidores que em nossa pequena Queluz somente encontraram a “Burrocracia” (Burrocracia = burocracia exagerada = governo nas mãos dos burros = falta de vontade política). Como um formigueiro “pequeno”, porém repleto de iniciativa, o Arraial de Congonhas do Campo agiganta-se cada vez mais; com “um nariz” mais próximo de suas ambições. Entre a audácia e a cautela parece que Queluz encontrou a alienação, possivelmente pela comodidade que esta trás consigo em seus modos. É sempre saudável lembrar que o Rei Midas morreu de fome por sua ambição. Afinal nem só de ouro pode o homem sobreviver. Quanto ao Midas deixemos as devidas correlações para posteriori e fixemos nossas faculdades mentais em uma questão. ‘Que luz’ ele via no fim do túnel?

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