Partida e Chegada - foto de Sérgio Laviann - 2008. |
No Surrealismo encontra-se a proposição de que os objetos da fantasia de cada indivíduo possuem a propriedade de contestar a utilidade de objetos domésticos e o valor dos objetos de arte.
Imagine que inconscientemente e de forma latente nosso olhar requer algo semelhante para o caso da imagem. Tal semelhante capaz de capturar o olhar e torná-lo cativo de seus encantos. Talvez apresente uma visão ironica às constantes e teimosas práticas de se buscar na pintura a precisão da fotografiapela ação de fotografar como se estivesse pintando.Talvez solucione o problema da insistente prática de recorrer aos cansativos temas de sempre: sem aura, sem a capacidade de exercer a atração do nunca dantes visto, sem a potencia de levar o ser humano em direção ao entendimento do sentido poético.
Porque não dar ouvidos à imagens que podem falar o que é preciso a quem deseja ouvir? Sim, imagens que, uma vez encontradas ao acaso possuem mais valor do que as procuradas e desejadas com todas as forças. Imagens comuns encontradas e, se necessário, modificadas por mãos hábeis, interpretadas. Imagens camufladas de modo a dissimular suas caracteristicas primevas. Imagens encontradas artificiais ou naturais, dispostasde tal modo que se separadas discipariam seu sentido. Imagens que talvez não existam, mas lamentamos sua ausencia. Imagens reunidas em albuns semelhantes a livros preciosos e antigos de história. Imagensa associadas à uma declaração poética como se fossem um todo homogênio. Imagens que não se dão a conhecer por inteiro desconcertando quem as observa. Imagens insólitas como aparições.
Tais imagens inconscientemente desejadas e manifestadas pelo acaso são capazes de tornar cativas as lentes de minha câmera, mas libertas as asas de meu espirito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário