Panorâmica de mim mesmo, por dentro. |
Acordo fora de mim
como há tempos não fazia.
Acordo claro, de todo,
acordo com toda a vida,
com todos os cinco sentidos
e sobretudo com a vista
que dentro dessa prisão
para mim não existia.
Acordo fora de mim
como fora nada eu via,
ficava dentro de mim
como vida apodrecida.
como há tempos não fazia.
Acordo claro, de todo,
acordo com toda a vida,
com todos os cinco sentidos
e sobretudo com a vista
que dentro dessa prisão
para mim não existia.
Acordo fora de mim
como fora nada eu via,
ficava dentro de mim
como vida apodrecida.
Acordar não é de dentro,
Acordar é ter saída.
Acordar é reacordar-se
Ao que em nosso redor gira.
de João Cabral de Melo Neto.
Enquanto eu tirava
essa radiografia me veio
à mente esse poema
de um certo João
Este mesmo poema
que persegue minha mente
tão fortemente quanto
os sonhos de mortos vivos que tenho
como nesta noite mal dormida
Um dia quem sabe descubro
o porque de um vivo sonhar
com um morto que anda.
Um dia quem sabe descubro
os porques de João
Um dia descubro
o porque de tantas radiografias.
Um dia acordo
e me ponho a Sonhar
Com miólos de pão
que andam e comem gente
Com o vô de João
obturando os dentes
Um dia acordo
e me ponho a Sonhar
Com um preso que
sonha poder se soltar
Com um peso que
leve meus pesadelos pra lá
de Sérgio Laviann, 16-05-2011.
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