É realmente intrigante o fato de como a humanidade elege os animais a serem usados e os animais que devem ser preservados. Em um contexto de voraz consumismo e extrema preocupação com questões ambientais me pego pensando em como foi que chegamos, sim, nós humanos, à conclusão de que não é tão cruel se alimentar de galinhas quanto de araras. Tão pouco nos preocupamos com as vacas, sagradas na Índia, o quanto nos preocupamos com as baleias, muito apreciadas no Japão. Não quero aqui fazer juízos de valor entre questões ambientais e de consumo, até porque em meio a tantas vozes é bem provável que a minha se apague, e, neste caso, não valeria o esforço. O fato é que parece que escolhemos os animais a serem consumidos porque são de fácil manejo, ao contrário dos que queremos preservar, e cobramos posições de governos quanto à proibição da caça predatória deste.
Algumas perguntas: existe caça que não seja predatória? A vida de uma galinha deixa de ser vida perto da de uma arara pelo simples fato de que, a galinha, não voa e não é tão vistosa? Se o esforço logístico feito para reproduzir o ditos animais descartáveis fosse redirecionado para as espécies em extinção falariamos todos em extinção? Será que toda refeição merece uma Coca-cola? Será que toda Coca-cola merece uma refeição?
Não, eu não sou adepto e nem seguidor de nenhum grupo, não abraço árvores e coisas parecidas. e nem vegetariano eu sou. Sou apenas um apaixonado por questões melindrosas e suas repercussões. E antes que alguém levante uma bandeira lembre-se de que o cabo da bandeira, geralmente é de madeira, uma solução nada ecológica para tempos de aquecimento global. Lembrem-se que os resíduos das passeatas e atos dos grupos de proteção das espécies escolhidas não se evaporam no ar.
Entendam, são questões nas quais devemos pensar. Foi pensando nessas questões que escrevi este texto provocador e se neste momento meu caro leitor (minha cara leitora) você estiver comendo pense em todo o processo pelo qual este alimento passou para chegar a suas mãos e bom apetite!
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