quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Contos Verdadeiros da Fantástica Villa de Queluz

 Burrocracia

Era uma vez, eram duas vezes, eram três vezes... Quantas vezes terei de ver os desmandos de seres dos quais muito entendo, porém nada, ou quase nada, deles aceito. O fato é que na pequena e veloz Villa de Queluz há uma incomoda tradição, dentre as várias incomodas tradições queluzienses, realmente impressionantes. A tradição do “deixa pra depois”. Cultura estranha esta que me lembra uma antiga fábula onde uma formiga trabalhadora é corrompida por uma cigarra que só sabe cantar. Quando o inverno chegar – e não estou falando da música – seremos todos pegos de surpresa pelo óbvio. Alguns talvez se lembrem da persistência da tartaruga frente à rapidez da lebre, estes irão se recordar das lições da infância onde todos aprenderam ser mais válida a persistência do que a rapidez para se atingir um objetivo. Ao contrário do que você, que gentilmente perde seu tempo com minhas idéias tresloucadas, possa estar pensando, eu não vou citar nomes. Acredito que sou claro o suficiente mesmo sem conferir nominação aos bovinos. O fato é que, corrompido pela ruminante música da “cigarra” um ser que se detém somente ao canto, os queluzienses deixaram sua terra parar, como a lebre de Esopo, ao pensarem ser tão ágeis podem ser ultrapassados. Mas, por que toda essa prosa de fábulas? Explico... Pois que sem se movimentar a pequena Queluz pode correr o risco de ver o Arraial de Congonhas do Campo, outra vez, vencer tal corrida enquanto a lebre, que se acha tanto que falta espaço para ser, fica parada. Sem os tão almejados novos postos de trabalho em tempos de crise. Tudo isso devido às “micro capitanias hereditárias” e improdutivas em que se tornaram os terrenos doados do distrito industrial da Villa de Queluz. Enquanto isso a campesina comunidade vizinha avança com o forte vento da iniciativa privada em suas velas. De vento em poupa, oferece subsídios e vantagens a investidores que em nossa pequena Queluz somente encontraram a “Burrocracia” (Burrocracia = burocracia exagerada = governo nas mãos dos burros = falta de vontade política). Como um formigueiro “pequeno”, porém repleto de iniciativa, o Arraial de Congonhas do Campo agiganta-se cada vez mais; com “um nariz” mais próximo de suas ambições. Entre a audácia e a cautela parece que Queluz encontrou a alienação, possivelmente pela comodidade que esta trás consigo em seus modos. É sempre saudável lembrar que o Rei Midas morreu de fome por sua ambição. Afinal nem só de ouro pode o homem sobreviver. Quanto ao Midas deixemos as devidas correlações para posteriori e fixemos nossas faculdades mentais em uma questão. ‘Que luz’ ele via no fim do túnel?

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